São Paulo não pode desistir de redesenhar o seu futuro. A revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade foi abordada e criticada neste artigo de Ivan Maglio. Como ele atesta, algumas distorções importantes não foram devidamente endereçadas…
Apesar disto, a ideia central de concentrar unidades habitacionais próximas aos eixos de transporte e valorizá-los é muito interessante. Separei alguns extratos que dizem respeito à mobilidade urbana no texto…

A revisão do Plano Diretor Estratégico: mobilidade urbana e transportes de massa

Por Ivan Maglio, pesquisador do Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP e do Laboratório de Áreas Verdes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Publicado: 02/08/2023)

… Outro conceito urbanístico associado ao adensamento junto aos eixos de transporte é o conceito de cidade para as pessoas, mediante incentivo ao transporte de massas e o desincentivo ao uso do carro e do transporte individual para deixar a cidade mais sustentável e menos poluída e com mais espaços destinados ao transporte ativo, com as ciclovias e o pedestrianismo

Ao lado dos eixos de infraestrutura verde e azul e da necessidade de descentralização da gestão urbana no interior das cidades, os sistemas de transportes urbanos são fundamentais para redução de viagens e aumento de economias e empregos nos bairros. São Paulo tem 32 subprefeituras, algumas delas com mais de 600 mil habitantes, porém sem atividades econômicas e sem transportes e com insuficiência de eixos de mobilidade. Para exemplificar, a zona sul de São Paulo, uma das mais populosas da cidade, apresenta um funil para sua conexão para acessar as demais regiões da cidade devido à insuficiência de infraestrutura viária e de sistema de transportes. Bastou uma parada de energia no sistema de trens existente para a única linha que interliga a zona sul com o centro da cidade no final de junho de 2023, para que cerca de três milhões de pessoas não chegassem a seus empregos, majoritariamente situados no centro expandido. O mesmo ocorre com a única linha de metrô (linha 5) que vai somente até barros intermediários da zona sul

Essas distorções ocorreram entre 2014 e 2023, em especial nestes lugares privilegiados do ponto de vista da presença de sistemas de mobilidade urbana e de autorização para verticalização. Não há sinais de que essas distorções tenham sido eliminadas pela revisão do Plano Diretor Estratégico, que infelizmente reforçou especialmente os aspectos negativos e a serem corrigidos.”

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