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14 de novembro de 2024
Tecnologia e Transporte Sustentável
- 8 dezembro 2022
Tecnologia e Transporte Sustentável – A tecnologia tem melhorado os sistemas de transportes no que diz respeito à sustentabilidade, mas apesar de todos os seus benefícios, ainda existem deficiências e problemas relacionados, tais como emissões de carbono dos veículos, falta de acesso ao trânsito e insatisfação dos passageiros. Todas estas questões, coletivamente, têm impacto negativo importante no nosso ambiente, economia e bem-estar.
A tecnologia vem sendo usada de forma a tornar o transporte mais acessível e eco eficiente e, em última análise, mais sustentável, permitindo modelos de negócios mais conscientes ecologicamente e equitativas, como caronas e transporte responsivo à demanda.
A tecnologia também está transformando as operações desses serviços em mais eficientes e fáceis de gerenciar trazendo benefícios reconhecidos sob a ótica eco econômica, e alguns exemplos disso seriam:
- Menos veículos nas ruas devido a sistemas de transporte compartilhado possibilitados pelo uso da tecnologia
- Ambiente econômico mais vibrante devido a um melhores condições de deslocamento
- Melhores condições de acesso a serviços essenciais à saúde física e mental e menor impacto na qualidade de vida dos passageiros. Sabendo disso, organizações privadas tais como a Nike e a Woolworths e públicas como a Auckland Transport em todo o mundo estão se utilizando da tecnologia para melhorar as condições de sustentabilidade de seus sistemas de transporte entendendo que os benefícios, além de ecológicos, são econômicos.
Mais recentemente, a sociedade tem tido progresso na valorização de práticas mais éticas e sustentáveis. Nos tornamos mais conscientes e intencionalmente focados no meio ambiente com mudanças dramáticas em uma variedade de indústrias, incluindo o transporte.
Modos de transporte, que evoluíram de cavalos e carroças para os carros, ônibus, trens e aviões trouxeram implicações importantes relacionadas a esses avanços e embora essas estatísticas possam refletir a realidade, elas não são necessariamente indicativas do futuro.
As práticas de transporte sustentável têm lentamente ganhado terreno na esfera do trânsito, com muitas agências e provedores de transporte oferecendo opções de transporte conscientes para os deslocamentos diários. Graças à tecnologia, estamos vendo modelos de trânsito mais eficientes e confiáveis sendo implementados, com um foco significativo na sociedade, bem como no meio ambiente.
- Um quarto das emissões globais de gases com efeito de estufa relacionadas com a energia provém dos transportes.
- 45,1% das pessoas nos EUA estão sem acesso ao transporte público.
- 5 dias de férias são gastos no trânsito por ano para o motorista médio em áreas urbanas dos EUA.
Mas afinal, o que é transporte sustentável?
De acordo com o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas, o transporte sustentável “visa prover acessibilidade universal para ajudar a atender às necessidades básicas diárias de mobilidade consistentes com a saúde humana e do ecossistema”. Isso implica estabelecer modelos de transporte que sejam seguros, acessíveis e saudáveis para o meio ambiente – uma mudança pragmática em direção a uma maneira mais consciente de atravessar nosso tempo neste mundo.
“Há enormes oportunidades apresentadas pelo transporte sustentável: salvar centenas de milhares de vidas todos os anos através da melhoria da segurança rodoviária e da redução da poluição do ar, e reduzir as emissões de carbono em até 7 giga toneladas.”
O estabelecimento de redes de transportes com abordagem sustentável tem uma série de benefícios para a nossa sociedade, com o potencial de:
- Melhorar a acessibilidade:
O transporte sustentável pode remodelar o futuro do desenvolvimento urbano.
Ao estabelecer redes de trânsito e infraestruturas rodoviárias com foco na melhoria dos tempos de trânsito e da cobertura, mais da nossa sociedade poderá acessar o transporte público.
- Poupar recursos financeiros:
Optar pelo transporte sustentável, como o transporte compartilhado, em vez do uso de carros particulares pode trazer economia substancial para o passageiro frequente.
- Ajudar na preservação do meio ambiente:
Uma vez que o transporte sustentável depende frequentemente de um compartilhamento de veículos, nas suas diversas formas, o que significa menos veículos nas estradas a emitir CO2 na atmosfera.
Problemas atuais
Quais são as deficiências e os problemas causados pelos transportes hoje?
- Emissões de carbono liberadas por veículos em nossa atmosfera, afetando negativamente nossa saúde e perturbando o clima da Terra
- Diminuição do vigor econômico devido às retenções de fluxo, no acesso a oportunidades para indivíduos e empresas
- Problemas de saúde devido ao acesso desigual a serviços essenciais
O transporte, no formato atual, presta importante serviço à sociedade ao dar acesso a serviços essenciais nas nossas vidas quotidianas. Viabiliza os deslocamentos de e para o trabalho, acesso a instituições de ensino, obter alimentos e serviços médicos, ou participar em atividades culturais e de entretenimento. Há muitas maneiras pelas quais o transporte já melhora nossa qualidade de vida e nos ajuda a progredir como sociedade, mas ainda há algumas áreas com grande potencial de melhora. Alguns dados obtidos em pesquisas nos EUA corroboram com estas informações:
Meio Ambiente
Os nossos modos de transporte têm historicamente ignorado ou negado nossas necessidades ambientais. A prioridade tem sido a economia, com as questões ligadas à infraestrutura e os diversos modais a terem precedência sobre o nosso mundo natural. Isso vem ocorrendo desde o início da Revolução Industrial, que trouxe consigo carros, trens a vapor e barcos que dependiam de combustíveis fósseis, emitindo gases nocivos de efeito estufa em nossa atmosfera.
De acordo com a NASA, “desde o início da era industrial (1850), as atividades humanas aumentaram as concentrações atmosféricas de CO2 em quase 49%. Isso é mais do que o que aconteceu naturalmente ao longo de um período de 20.000 anos.”
Esses números só tendem a aumentar se continuarmos na mesma trajetória. Em termos dos nossos padrões de trânsito, o uso de carros particulares tem sido o principal meio de transporte de escolha por muitos anos. Tendemos a evitar opções de transporte tradicionais, como carona ou transporte público, optando pela privacidade e conforto das viagens individuais de passageiros. A título de ilustração, desde 2018, aproximadamente 91% das famílias nos EUA têm pelo menos um veículo particular. E embora tenhamos colhido os benefícios dos deslocamentos individuais, o meio ambiente vem pagando esta conta. Mais carros na estrada significaram aumentos substanciais na poluição atmosférica, e os congestionamentos do tráfego só agravam ainda mais esse problema. O Banco Mundial prevê que o tráfego de passageiros excederá 80.000 bilhões de passageiros-quilômetro até 2030 e que, globalmente, o número de veículos nas ruas e estradas deverá dobrar até 2050.
Os governos se uniram para corrigir essa questão ambiental através do estabelecimento de tratados internacionais, como o Acordo de Paris. Este acordo juridicamente vinculante teve início em dezembro de 2015 e visa “limitar o aquecimento global a menos de 2, de preferência a 1,5 graus Celsius, em comparação com os níveis pré-industriais”. É um objetivo que seria alcançado reduzindo as emissões nocivas de gases de efeito estufa através da modificação de nossos padrões sociais e econômicos – incluindo a forma como utilizamos o transporte.
O nosso comportamento e padrão de deslocamento afetam diretamente o nosso clima e, se não optarmos por transporte mais sustentáveis, estaremos promovendo a garantia da crise climática nos próximos anos.
Economia
Com grande parte da nossa sociedade optando pelo veículo particular como o seu principal modo de transporte, não é de se estranhar que grande parte dos salários anuais de uma pessoa, em média, seja destinada ao transporte. De acordo com uma “Pesquisa de Gastos do Consumidor dos EUA”, em 2019, a família média gastou US $ 10.742 em transporte, com apenas US $ 781 disso atribuídos ao Transporte Público. O restante era composto por despesas com veículos particulares e custos de combustível. E isso antes de você levar em conta o alto custo do estacionamento se você trabalha em uma cidade grande. O aumento da posse de carros particulares também aumentou as despesas para as empresas, dada a necessidade de aumentar a disponibilidade de estacionamento para acomodar esses veículos. Isso significa que uma parte da receita de uma empresa deve ser delegada à infraestrutura, quando poderia ser utilizada para desenvolver o negócio e melhorar a satisfação no trabalho. Por outro lado, há um déficit econômico no acesso aos transportes.
De acordo com a Associação Americana de Transporte Público, 45% dos americanos não têm acesso ao transporte público. Este é um número preocupante de pessoas que são incapazes de encontrar um meio eficiente de se deslocar para o trabalho, comprar alimentos ou receber apoio médico. Há ainda implicações mais amplas para a desigualdade de transporte, particularmente quando se trata da economia. Sem acesso a transportes confiáveis, as pessoas não acessam vagas de trabalho, afetando diretamente as operações comerciais. E as empresas têm seus bens e serviços com acesso dificultado em função de limitações dos serviços de transportes.
Do ponto de vista económico, ainda há um longo caminho a percorrer para tornar os transportes mais acessíveis e resolver a desigualdade de transportes, o que os tornaria sustentáveis.
Sociedade
Há implicações sociais que acompanham o estado atual dos sistemas de transportes, em grande parte decorrentes do congestionamento do tráfego, dos problemas de estacionamento e da desigualdade de transportes.
Com o aumento dos carros em nossas estradas, o Departamento de Transportes dos EUA apurou que o motorista médio em áreas urbanas dos Estados Unidos gasta o equivalente a cinco dias de férias por ano preso no trânsito. Você pode imaginar o impacto negativo que isso tem no bem-estar de uma pessoa. E isto sem ter em conta o tempo gasto para encontrar vagas de estacionamento.
Um estudo com mais de 34.000 trabalhadores no Reino Unido em diversos setores revelou algumas estatísticas alarmantes quando se trata de trânsito de e para o trabalho e sua relação com a saúde mental. Os resultados mostraram que deslocamentos mais longos têm um efeito prejudicial sobre o bem-estar social e trabalhadores que perfazem deslocamentos mais longos (60 minutos ou mais) são “33% mais propensos a sofrer de depressão, 37% mais propensos a ter preocupações financeiras e 12% mais propensos a relatar múltiplas dimensões do estresse relacionado ao trabalho”.
As ramificações sociais do nosso atual modelo de trânsito atingem mais aqueles que não têm acesso ao transporte. Essas pessoas, que nos EUA equivalem a 45% da população, não têm um meio confiável de acesso ao trabalho e outros recursos e serviços essenciais e a falta de transporte pode ainda levar as pessoas a se sentirem isoladas e incapazes de participar de atividades sociais.
Um modelo de transporte sustentável poderia aliviar muitos desses desafios sociais, melhorando a saúde e o bem-estar de grande parte da nossa sociedade.
Como a tecnologia pode apoiar o transporte sustentável?
Nossa sociedade reconhece que a tecnologia introduzida no início da Revolução Industrial já impactou muitas facetas de nossa existência. Vimos os efeitos graduais e nocivos que os modos e as redes de transporte tiveram no nosso ambiente e na nossa economia, bem como na nossa própria saúde e bem-estar.
E, no entanto, embora a tecnologia possa ter trazido desafios com a forma como viajamos, é também através da tecnologia que podemos determinar soluções novas e criativas. Aqui estão apenas algumas das muitas maneiras pelas quais a tecnologia pode ser adaptada para apoiar o transporte sustentável.
Como a tecnologia está sendo aplicada para tornar o transporte mais sustentável?
✓ Carpooling
✓ Transporte responsivo à demanda
✓ Plataformas de operações de transporte para tornar as operações mais eficientes e fáceis de gerenciar
Em nosso próximo post poderemos discutir cada uma das proposições atuais
Fontes: Banco Mundial (2020), Associação Americana de Transporte Público, Departamento de Transportes dos EUA (2017)
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